O objetivo do presente projeto é investigar os aspectos filosóficos, pedagógicos, culturais e políticos da seguinte questão: O que significa ensinar filosofia no Brasil? A filosofia se define desde os primórdios como o discurso que busca o universal nas suas questões, ao mesmo tempo todas as reflexões dos grandes filósofos foram inspiradas e contextualizadas pelos desafios epistemológicos, éticos e culturais do seu tempo presente e do seu local de existência. Investigar o ensino de filosofia no Brasil implica em assumir, no nosso contexto geopolítico, a codeterminação recíproca, inerente a todo pensar, entre universal e local, entre tradicional e contemporâneo. No nosso caso específico a questão se desdobra em duas: O que podemos aprender sobre as práticas de ensino de filosofia no Brasil desenvolvidas até agora? e Como podemos buscar novas e melhores práticas de ensino de filosofia no Brasil? . Essas duas perspectivas complementares, histórica e prospectiva, apontam para uma abordagem transdisciplinar e transcultural, capazes de escapar tanto da dicotomia simples entre teoria e prática, quanto da mera oposição Europa x Brasil. Ambas as perspectivas pretendem abordar a questão do ensino de filosofia no Brasil conjugando tanto uma abordagem teórica (conceitos, autores, escolas), quanto aplicada na prática (currículos, avaliações, processos), sempre em relação ao contexto cultural brasileiro contemporâneo.
-TEORIA DO ESTADO MUNDIAL DEMOCRÁTICO. UMA DISCUSSÃO CRÍTICA A PARTIR DE E. WEIL, O. HÖFFE, J. RAWLS E A. WENDT.
É possível um Estado mundial pacífico e democrático? Para Eric Weil (1904-1977), o Estado mundial deve administrar a economia mundial e garantir a existência das diferentes culturas e morais dos Estados nacionais em um mundo globalizado. Na ausência de um controle externo, os administradores da sociedade global podem destruir os direitos dos indivíduos e das comunidades tradicionais. Cabe ao Estado mundial democrático coordenar as relações culturais e políticas dos Estados nacionais dentro da sociedade econômica mundial, com o objetivo de possibilitar um nível de centralização em vista de uma maior descentralização, nunca o domínio mundial. Ao mesmo tempo que deve garantir a paz e administrar a economia mundial, o Estado mundial democrático deverá fortalecer as comunidades particulares, permitindo uma relação equilibrada e isonômica entre os Estados nacionais. No presente projeto, pretendo estabelecer um diálogo crítico com Eric Weil, Otfried Höffe, J. Rawls e Alexander Wendt. Enquanto Eric Weil, em sua Philosophie politique (1956), apresenta os fundamentos filosóficos de um Estado mundial democrático, O. Höffe, em Demokratie im Zeitalter der Globalisierung (1999), dá importantes subsídios para se pensar a dimensão institucional de um Estado mundial democrático, chamado por ele de República mundial subsidiária e federal. Já Rawls, em seu livro The Law of Peoples (1999), oferece subsídios importantes para se estabelecer um contrato social mundial envolvendo povos ditos liberais e não-liberais e A. Wendt, em sua obra Social Theory of International Politics (1999), através de seu idealismo construtivista, fornece um instrumento metodológico adequado para a construção de uma teoria de um Estado mundial democrático em meio às culturas anárquicas que envolvem as relações internacionais.
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